Existem diversas situações em que prefiro ignorar e não me dar ao trabalho de argumentar, como aquelas em que ouço comentários sobre o "casamento", o "arranjar alguém".
Até aos 30 estamos safos, mas a partir dessa idade começa o massacre. Sobretudo para nós, mulheres, porque acho que isto acontece mais connosco. Quando estamos presentes naquelas reuniões com os amigos dos pais, haverá sempre alguém que dirá "Então, quando te casas?", "Tens de arranjar alguém" e o fatal "Tens de dar um neto aos teus pais!" (com exclamação e tudo). Mas o que mais me chateia é o ninguém achar que é uma opção do momento, porque estou bem assim e ainda não me apeteceu, obrigada. Não, isso nem lhes deve passar pela cabeça.
É sempre a idade que condiciona tudo, porque existe uma sequência normal de vida: estudar, arranjar emprego, casar e ter filhos. Tem de ser assim e ai de quem saltar uma destas etapas. E o que sentimos? O que não sentimos? O que queremos para a nossa vida? O que não queremos para a nossa vida? Por que tem de ser assim?
A minha reação é sempre a mesma, dou um riso parvo e respondo "Pois, sim, claro". Simplesmente não me apetece dizer mais nada além disto. Mas afinal ainda há esperança. No fim de semana, depois de me perguntarem a idade, disseram-me que "Até aos 40 ainda dá, depois é que...". Depois é que... Depois é que.