Este post do B fez-me relembrar as minhas aventuras com preços vs. clientes. É mais que sabido que pedincham sempre com todo o tipo de desculpa: ai a crise, o Sócrates é mau, está a chover, o que vai ser de nós com tanto frio. O que o B descreve é apenas um exemplo. Aliás,
já aqui falei de situações semelhantes.
Recordo uma vez em que uma amiga me perguntou se podia traduzir um pequeno livro e quanto levaria. Dei uma vista de olhos e atirei um preço muito por alto: mil euros. Não é preciso sequer dizer que ficou a olhar para mim espantadíssima com o valor que lhe dei. Mas aqui até entendo, as pessoas fora da área não têm a mínima noção dos preços, acham que é simples e nem deve demorar muito tempo a fazer. Depois ficam a achar que somos ricos, a praticar preços assim (yeah right). Do outro lado estão as empresas, que baixam o preço ao máximo sabendo nós que vão ganhar 3 ou 4 vezes mais do que aquilo que querem pagar.
Agora imaginem a seguinte situação: há uns anos atrás fiz testes para ser freelancer de uma determinada empresa. Uma das perguntas era o preço que eu cobrava. Se bem me lembro, na altura disse-lhes 0,05/palavra. Responderam a dizer que o preço deles era de 0,04 e não podiam pagar mais. Uns tempos mais tarde fiquei a saber que um amigo meu também trabalhava para essa empresa, mas recebia 0,03. E porquê? Porque na altura, para agarrar o cliente, deu-lhes esse preço e a empresa já não disse que o preço deles era de 0,04. Fechou-se em copas e pagava-lhe isso. E é assim minha gente que os negócios se fazem.